Confira o artigo de José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do CCAS e comentarista da Rádio Jovem Pan
Você já conhece o assunto batizado de Internet das Coisas? Quer dizer, as coisas passam a dialogar entre si: a panela de pressão diz para o fogão desligar o fogo sem a nossa intervenção; os carros nas ruas conversarão entre si evitando choques e atropelamentos; o liquidificador vai combinar as coisas com a geladeira etc. e etc.
No agronegócio acontecerá a mesma coisa. As máquinas, para a fundamental agricultura de precisão já conversam entre si, mas ainda temos um longo caminho a percorrer nessa comunicação. As máquinas no Brasil conversam apenas entre os membros da mesma família, ou seja, a máquina da marca X não dialoga com a máquina da marca Y. E aí está um drama e uma impossibilidade que a indústria de máquinas agrícolas no Brasil precisará enfrentar e mudar. Sim, precisa mudar ao invés de ficar arrumando desculpas para os produtores rurais.
Visitei uma grande empresa agroprodutora em Campo Novo dos Parecis, no Mato Grosso, e os técnicos reclamaram sobre essa falta de interação entre as máquinas. Quero dizer, como se o seu computador não conversasse com outro, que não da mesma marca. Já imaginou?
A Internet das Coisas, na agricultura digital, precisa de uma mudança de mentalidade. Senhores gestores da indústria de máquinas agrícolas: os softwares, a interação, o diálogo precisa ser universal. Nenhum produtor rural de porte médio vai ter apenas uma tecnologia, é preciso diversificar por segurança e não teremos agricultura de precisão sem conexão entre as tecnologias. As modernas máquinas agrícolas, independente da marca A, B, C ou D precisam falar a mesma língua.
*Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, Comentarista da Rádio Jovem Pan.