A produção brasileira de azeite de oliva foi um dos destaques do prêmio EVO International Olive Oil Contest 2018 (EVO IOOC), a maior premiação da Itália e uma das mais importantes do mundo no mercado de azeites extra virgens, entregue em maio. O Azeite de Oliva Picual, produzido em São Sebastião da Grama (SP) pela marca Orfeu, ganhou duas medalhas de ouro, sendo reconhecido como o melhor da América do Sul e também do hemisfério. Além dele, o país obteve outras duas medalhas de ouro.
O Prosperato Exclusivo Picual, produzido em Caçapava do Sul (RS), foi o vencedor do hemisfério na categoria monovarietal (feitos com uma variedade de azeitona), enquanto o também gaúcho Olivas Costa Doce, da cidade de Dom Feliciano, venceu na categoria blend no hemisfério com um azeite produzido a partir de duas variedades de azeitona.
O país ainda levou 6 medalhas de prata. Neste ano, o concurso recebeu 502 amostras de diferentes produtores e regiões de todo o mundo.
Importante mercado consumidor, o Brasil habituou-se a importar azeite de oliva de regiões tradicionais da Europa como as penínsulas Ibérica e Italiana. Hoje, cerca de 98% do consumo é do produto importado, mas nos últimos dez anos novas tecnologias de plantio beneficiaram a produção no país.
Para Rodrigo Costa, diretor financeiro da Olivas Costa Doce, o prêmio italiano é importante para divulgar os azeites nacionais. “São tão bons ou até melhores do que os importados”, diz. Ele explica que, além da qualidade, reconhecida com premiações como o EVO IOOC, a produção brasileira tem a vantagem de chegar mais rapidamente ao mercado interno. “Os importados levam no mínimo 6 meses para chegar ao mercado brasileiro. Quanto menor o tempo entre colheita e o processamento mais frescor vai ter o produto.”
O diretor da Prosperato, Rafael Marchetti, diz que o prêmio é um chamariz importante para um consumidor que, a exemplo do que acontece com o vinho, está começando a entender de azeite. Ele lembra que o novo mundo do azeite, que compreende países como Estados Unidos, Chile, Austrália e Brasil, é muito aberto à novas tecnologias e técnicas de manejo. “É diferente de regiões tradicionais, onde o cultivo pode ser refratário a inovações”.
Fonte: Globo Rural