Autor: Ricardo Nicodemos, presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA)
A vida está mais digital: sim, é verdade. Entretanto, o conceito de “ser ou viver digital” é muito relativo quando olhamos para um País com a extensão e realidades diversas como o Brasil, que vislumbra a chegada do 5G, mas com municípios que ainda não conheceram o 4G, realidade em 7.430 localidades como distritos e vilas, áreas da zona rural, que não têm qualquer cobertura ou que têm apenas cobertura 3G, de acordo com dados divulgados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) compilados pela Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel).
Embora a abrangência de cobertura de internet seja vasta, há regiões em que o sinal é irregular, o que prejudica as campanhas que utilizam de forma predominante o meio digital. Por isso é importante pensar em “Mix de Comunicação”, no qual se trabalha com vários meios, de acordo com as necessidades e especificidades de cada campanha, mas para isso é fundamental conhecer o contexto em que seu público alvo está inserido.
Em sua maioria os produtores aderiram às ferramentas digitais e isso facilitou muito a vida no dia a dia, seja na forma de controlar suas produções, quanto na forma de consumo de informações, é o que mostra os dados retirados da 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural, onde explicita que 94% dos produtores têm smartphone, contra 61% na pesquisa anterior, realizada em 2017. Outro ponto importante é a maior oferta de internet no meio rural, disponível para 91% dos produtores de animais e 88% para os agricultores – 57% dos entrevistados usam a rede 15 ou mais vezes por dia.
Sobre quais os melhores meios para se comunicar com o produtor, temos dito que não há receita pronta: para cada caso deve ser pensada uma estratégia e desenvolvido um plano, visto que o setor é composto por pessoas com costumes, tradições e condições dissemelhantes, além disso alguns meios de comunicação tratados como obsoletos seguem sendo relevantes nas propriedades rurais.
Ainda, segundo indicam os números, 1 entre 4 produtores participantes da pesquisa (26%) ainda consomem revistas como fonte de informação crível, ademais 30% ponderam que jornais e revistas voltadas ao agronegócio auxiliam a alavancar e inovar nos negócios.
Nós da ABMRA exploramos o conceito de “Mix de Comunicação”, em que deve ser avaliado qual o melhor conjunto de meios e formatos a serem utilizados em uma campanha ou ação. Em alguns casos o conjunto digital + TV + Rádio é o mais indicado, mas jamais descartamos a importância de outdoors, jornais impressos e até mesmo carros de som, por que não?
Em outras situações, é melhor trabalhar com Revista + TV + Digital. Isso depende de fatores como: “qual o objetivo da campanha: construir marca? reforçar atributos? vender?”; “com qual perfil de produtor falaremos?”; “qual cultura agrícola ou rebanho é foco?” ou “em qual região do país vamos agir?”.
Todas essas premissas e outras mais determinam qual a estratégia mais adequada para se atingir o público-alvo, diminuindo consideravelmente a margem de equívoco.
A 8ª Pesquisa ABMRA dá uma visualização precisa dos melhores meios a se trabalhar no “Mix de Comunicação”, gerando relatórios bem robustos e ricos de informações, que complementam bases de dados de agências de comunicação, para que a absorção da mensagem pelo alvo da campanha seja a mais eficaz possível.
E você, como está fazendo a sua estratégia de comunicação?