Por: Claúdio Corrêa, Diretor da ABMRA e Diretor de negócios da Globo
Estamos chegando ao final de mais um semestre muito desafiador, mesmo para os mais otimistas ou conservadores, 2023 segue a premissa de que os anos recentes são para os fortes.
2022 trouxe as eleições mais complexas que já vivemos, com incerteza política e econômica assustadoras e uma prova de fogo às relações mais íntimas.
Trouxe a primeira Copa no Oriente Médio, que jogou um holofote gigantesco em questões inegociáveis para um mundo que clama por mais humanidade – esta que segue esquecida ao lembrarmos do lastimável conflito entre Rússia e Ucrânia. A expressão “Um dia de cada vez” nunca foi tão presente.
Trabalhar com mínima previsibilidade se tornou ainda mais difícil, e os planos passaram a ser de prazo cada dia mais curto.
Nessa maré qual segurança temos? Nosso controle está unicamente em nossas emoções: como escolhemos lidar com o que se apresenta.
E como líderes de pessoas devemos descobrir e dar espaço à fortaleza de cada um. Precisamos estar próximos das pessoas, escutar, trocar, dividir conquistas e dores. A vulnerabilidade compartilhada aproxima.
E a cada troca, que propaguemos a força do conjunto. A força que o ‘nós’ representa quando cada um se levanta, enfrenta suas angústias (todos as temos) e busca a melhor versão de si. Os resultados virão junto como o aprendizado. E existe melhor binômio?
Hoje senti vontade de falar um pouco sobre minha vivência ao longo destes últimos 30 meses em São Paulo. Viver a intensidade dessa cidade entre a pandemia e a mudança.
Como a proximidade dos meus times os tornou gigantes, fortes, resilientes e muito, muito unidos. Sem dúvida, prontos para qualquer desafio e fiéis ao conceito de unidade.
Unidade heterogênea, felizmente, mas que tem um idioma único, próprio, de pessoas que trabalham felizes, matando no peito o que vier, pois elas se reconhecem como parte de algo maior. Unidade vem da proximidade. Resultados através de pessoas vêm com proximidade. O sentimento de pertencimento é algo conquistado, poderoso e tem um valor inestimável.
Minha experiência sempre celebrou com sucesso a experimentação da proximidade. Conhecer as pessoas pelos seus nomes, suas predileções pessoais, seus times, suas viagens favoritas e receios.
Liderar pessoas para gerar resultados é para poucos. É entrega total. E é nos períodos mais sombrios que reconhecemos os melhores. Pois eles serão reconhecidos pelas pessoas.
Liderança não é imposta. Não é crachá. É cumplicidade. É sentimento de colaboração. É ser e estar. É jogar junto.