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Embrapa muda gestão corporativa

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Nesta quinta-feira, 1º de fevereiro, a Embrapa reduz de 15 para seis as áreas administrativas da sede da Empresa, em Brasília, com corte de funções gratificadas e alteração de toda a estrutura e processos.

O ajuste, mantendo o mesmo grupo de empregados, faz parte da maior mudança administrativa da história da Empresa, que, no final de 2017, já havia reduzido a quantidade — de 46 para 42 — de Unidades de pesquisa e inovação, com a extinção de cinco Unidades de serviço. Também em 2017, a Embrapa adotou um novo Estatuto, alinhado à Lei das Estatais e produzido com a orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) e do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

A ampla revisão da governança da Embrapa ocorre em resposta à “necessidade de ajustar a Empresa às mudanças tecnológicas e sociais e aumentar a eficiência”, diz o presidente Maurício Antonio Lopes. Ele cita redução dos recursos públicos e transformações em grande velocidade na agricultura e no ambiente tecnológico como pano de fundo para o esforço da Embrapa em ajustar sua estrutura e gestão e se antecipar às mudanças que tendem a ser constantes.

Melhor acesso à Embrapa

Cleber Soares, diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, diz que os agricultores e lideranças do agronegócio vão notar a diferença em curto prazo por meio da maior facilidade no acesso à tecnologia ou aos ativos tecnológicos, tanto diretamente com a Embrapa como também por meio de parceiros. Ele explica que há um enorme esforço para garantir a otimização dos processos e o foco da Empresa em inovação e proximidade com o mercado, inclusive pela ampliação das parcerias públicas e privadas. “Queremos alcançar mais facilmente as cadeias produtivas, e, consequentemente, o produtor rural, entregando ativos tecnológicos de forma mais dinâmica e eficiente”, explica.

Maurício Lopes explica que “estamos fazendo um grande esforço dar agilidade, mais atenção à atividade-fim e obter maior proximidade com o mercado de inovações tecnológicas e os produtores. Em resumo: garantir que a instituição continue atendendo a sua missão”. Outra novidade na administração é a implantação de um modelo inovador, baseado em gestão por processos, que garante integração e interação mais dinâmica entre as profissionais e áreas, particularmente entre Unidades administrativas e de pesquisa.

As transformações contam com o incentivo e acompanhamento do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, e também do presidente do Conselho de Administração da Empresa, Eumar Novacki. Elas significaram, principalmente, junção de órgãos com alinhamento de atividades. As mudanças seguem com análise e revisão da atuação dos centros de pesquisa em todo o Brasil. A experiência da reestruturação das unidades administrativas da sede da Empresa vai também impactar a renovação nos processos das demais Unidades.

Agilidade e maior conexão com o agronegócio

O diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento, Celso Moretti, diz que um dos objetivos é diminuir redundâncias e sobreposições. Ele esclarece que “vamos dar agilidade à programação de pesquisa e conectá-la ainda mais ao mercado de tecnologias e às demandas do agronegócio. Isso facilitará o alinhamento das pesquisas às prioridades e linhas estratégicas estabelecidas pela Empresa e às necessidades da sociedade”, explica.

Maurício Lopes complementa afirmando que “foco, compromisso e impacto serão as bases de sustentação da Embrapa e sintetizam o processo de alinhamento de rumos”. Em sua avaliação, “as mudanças ajudarão a desburocratizar e simplificar processos na Embrapa, tornando-a mais próxima do mercado, do agricultor e do atendimento das necessidades do País”. Ele acrescenta que a Embrapa “ao longo das décadas foi se ajustando, mas agora precisamos de mudanças mais profundas, levando em conta a realidade que vivemos”. Cita, por exemplo, “a emergência de um mercado muito competitivo e exigente que opera em grande rapidez”.

Uma das novidades é que os projetos de pesquisa a partir de agora estarão organizados de acordo com metodologia desenvolvida e utilizada pela agência espacial norte-americana, a Nasa, conhecida como Technology Readiness Level (TRL). A TRL foi testada e aprovada em setores da indústria e instituições de pesquisa científica, inclusive na Embrapa Agroenergia, e agora será disseminada na Empresa. Por ela, é possível avaliar o nível de maturidade de uma tecnologia ao longo de seu desenvolvimento e obter uma comunicação mais eficiente com o mercado de inovação. Bruno Brasil, responsável pela Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento (SPD), explica que, com ela, “mediremos todos os ativos de inovação de uso direto, de cultivares a processos agroindustriais, passando por insumos agropecuários, equipamentos e softwares”.

Expectativa com a EmbrapaTec

Um dos objetivos mais importantes da gestão da Embrapa é facilitar o fluxo dos resultados de pesquisa para o mercado, inclusive aqueles que permitem obter recursos para financiamento de novas pesquisas. Reduzir a dependência de recursos do tesouro por meio de novos financiamentos da pesquisa, e, principalmente, a monetização de ativos tecnológicos gerados pela Empresa é uma das prioridades.

A direção da Embrapa quer a transformação de conhecimento e de ativos tecnológicos em inovação e negócios com mais rapidez e eficiência. O Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, por exemplo, cria excelentes oportunidades para a ampliação das parcerias público-privadas no ambiente de inovação tecnológica. Neste momento, a Embrapa acompanha a tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Lei que propõe o estabelecimento da EmbrapaTec, subsidiária que vai permitir mais agilidade também na área comercial. Outra alternativa também em consideração é a criação de fundos patrimoniais, mecanismo utilizado com sucesso em muitos países, que poderá no futuro financiar melhorias da infraestrutura e ações estratégicas, sem colocar em risco o patrimônio da Empresa, que pertence à sociedade brasileira.

Fonte: Embrapa

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