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Brasil vai importar milho para suprir mercado agroindustrial

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O setor de avicultura vem sendo impactado de forma agressiva pelo aumento do preço da saca do milho, principal matéria-prima utilizada na preparação da ração dos animais. De acordo com números do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, a média Cepea indica alta de 28,74% nos custos. Em fevereiro, a saca de 60 kg era vendida a R$ 32,84 e ao final do mês de março, seu valor passou para R$ 42,28.

            No prazo de um mês, o preço do milho, item que corresponde a 70% do insumo necessário para a produção de carnes e ovos, disparou significativamente. Para dificultar ainda mais a situação dos produtores, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) identificou que a primeira colheita sofreu uma baixa de 17% e, para a segunda safra, é prevista a redução na área de cultivo. Essa escassez e a alta dos preços desestruturam o produtor avícola e causam oscilações no mercado.

            O sul do país já enfrenta dificuldades com o encarecimento do milho no mercado interno. No Rio Grande do Sul, segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), a colheita encolheu 23%, totalizando 4,6 milhões de toneladas. Porém, o estado precisa de pelo menos 6 milhões de toneladas só para o uso da matéria-prima. A indústria gaúcha, agora, busca fornecedores internacionais como os EUA e a Argentina, principais produtores mundiais do grão.

            A exemplo do Rio Grande do Sul, Santa Catarina já iniciou as movimentações comerciais para a importação do milho, que segundo representantes do segmento, irá aliviar a preocupação das agroindústrias do estado. O setor produtivo de carnes catarinense espera receber nos próximos dias dois navios, vindos da Argentina, com cerca de 60 mil toneladas de milho. O restante da matéria-prima importada viria dos Estados Unidos.

            Para o presidente da Associação de Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Antônio Carlos Vasconcelos Costa, a importação do insumo é uma alternativa plausível para equilibrar seu valor interno. “O preço do milho americano é inferior ao praticado no Brasil e, somado à queda das exportações do grão no país, vai refletir nos valores trabalhados internamente, trazendo novamente o equilíbrio necessário”, explica o dirigente a entidade mineira.

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