A economia brasileira começa a apresentar sinais de estabilização e recuperação, e parte disso pode ser creditada a produção do agronegócio pelo menos é o que afirma a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, que apresentou um balanço do desempenho do setor em 2017 e comprovou com dados o tamanho da importância do setor para a economia do Brasil.
Entre os dados apresentados pela confederação, a queda da inflação no grupo “Alimentação e bebidas” do índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 24,8% é um dos reflexos de uma produção recorde registrada em 2017.
Segundo Bruno Lucchi, superintendente técnico da CNA, se em 2016 o clima foi o vilão da produção, neste ano o panorama foi justamente o fator determinante para a quebra de recordes, como ocorreu com o algodão, que cresceu 15% em produção e 5,7% com relação ao preço. Apenas café arábica, cana de açúcar e trigo apresentaram diminuição na produção.
O outro ponto apresentado por Bruno para a participação do agronegócio na recuperação econômica do país foi a geração de empregos.
“Na questão dos empregos, nós tivemos a maior expansão no acumulado até outubro, 93 mil vagas de saldo nesse período. Bem maior que nos anos anteriores e bem maior do que no ano passado.”
A participação no PIB também foi um dos destaques da apresentação. A projeção da entidade, já que o ano ainda não terminou, é de que a agropecuária contribua com cerca de 23,5% do PIB brasileiro em 2017.
Na contramão, a instituição destacou o baque causado pela operação “Carne Fraca” e a delação dos donos da JBS, que atingiram diretamente no desempenho de carne bovina em 2017, com resultados abaixo do esperado.
Segundo os dados divulgados pela CNA, 45% de toda a exportação brasileira é de origem agropecuária. O Brasil é o quarto maior exportador do planeta, atrás apenas da União Europeia, Estados Unidos e China.
A expectativa para o ano que vem é positiva. A projeção da CNA é de que a agropecuária seja responsável por 50% de toda a exportação. Lígia Dutra é superintendente de Relações Internacionais da CNA e comenta que firmar acordos internacionais com países como Coréia do Sul, Japão e México são uma das prioridades da CNA para o ano que vem.
“Apesar de sermos o quarto maior exportador mundial de alimentos, nós ainda temos pouco acesso a mercados estrangeiros. Se tivéssemos melhores condições de acesso, isso significa acordos com redução tarifária ou redução de barreiras sanitárias e outras, nós teríamos um potencial de exportação muito maior.”
Entre os países que entraram como novos compradores dos produtos agrícolas brasileiros estão Egito, Irã e Japão.