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Desempenho comercial surpreende em 2017

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Ao contrário do que se esperava, o ano de 2017 fechou com balanço positivo no comércio internacional, tanto para o Brasil, como no contexto global. Nos primeiros meses do ano prevaleceu uma crise de confiança quanto ao desempenho do comércio internacional, particularmente em função da ênfase ao protecionismo nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. O voto favorável ao Brexit no Reino Unido, a eleição de Trump nos Estados Unidos, e o ressurgimento da extrema direita em países como a França, Alemanha e Áustria expressaram a necessidade de promover maior integração econômica e social pelas lideranças. O descontentamento quanto a resultados atribuídos à globalização e ao multilateralismo ganhou força ao longo de todo o ano.

A despeito das expectativas negativas, o ano fechou com balanços positivos, revelando que o bom desempenho econômico fala mais alto que o nacionalismo.

De fato, a recuperação do comércio veio a reboque do crescimento global, que desde 2016 passou a mostrar uma evolução positiva, após um período de estagnação no crescimento e turbulência no mercado financeiro. A economia global deu sinais positivos em 2017, apresentando crescimento amplo e sincronizado, superior ao esperado, da ordem de 3,6% ao ano, conforme estimativa apresentada (em outubro/17) pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Revisões positivas para os países da área do Euro, Japão, Rússia e emergentes asiáticos, mais que compensaram as revisões para baixo no crescimento dos Estados Unidos e do Reino Unido. Segundo o FMI, a aceleração do crescimento abrange cerca de 75% da economia mundial.

Em setembro de 2017, a OMC (Organização Mundial do Comércio) divulgou uma revisão positiva para o comércio exterior. A Organização registrou crescimento no volume de comércio de mercadorias para 3,6%, acompanhado de um crescimento do PIB da ordem de 2,8% à taxa de câmbio de mercado. O aumento superior ao esperado foi determinado pela Ásia e América do Norte, onde a demanda por importação apresentou recuperação do fraco resultado em 2016.

Tanto as exportações como as importações aumentaram na primeira metade de 2017 relativamente ao mesmo período do ano anterior em todas as regiões avaliadas pela OMC, exceto pela América do Sul, onde o comércio se mostrou essencialmente estável. Na Europa, as exportações aumentaram em 2,6% e as importações subiram 1,2%. As exportações pela Ásia tiveram incremento de 7,3% e as importações pela região, de 8,9%, o que se atribui em grande parte ao forte crescimento na China.

Análise apresentada pela OCDE para o G20 confirma a estimativa da OMC. Esta mostrou uma forte aceleração do comércio internacional de mercadorias no terceiro quadrimestre de 2017 – ajustado para sazonalidade e expresso em dólares norte-americanos – com ambos importação e exportação aumentando em 4,3% para o grupo de países. Essa foi a taxa mais elevada desde o primeiro semestre de 2011. A relação entre a taxa de crescimento do comércio para a taxa de crescimento do PIB global passou de 0,6 em 2016 para 1,3 em 2017.

No Brasil, após dois anos de desaceleração econômica em 2015 e 2016, o resultado econômico foi ligeiramente positivo em 2017, apresentando taxa de crescimento positiva, ainda que decrescente ao longo dos três primeiros trimestres. As exportações e importações apresentaram resultado positivo no acumulado de janeiro a novembro de 2017, com o valor das exportações superando o das importações para básicos, manufaturados e semimanufaturados. De fato, as exportações voltaram a crescer após um período de 5 anos, enquanto as importações voltaram a crescer após 3 anos de redução. Constatou-se que o resultado positivo foi uma função tanto de maior volume, como de preços mais elevados, na comparação com 2016. No ano de 2016, as exportações e importações brasileiras mostraram redução, sendo que o balanço final indicou um déficit porque as importações caíram menos que as exportações. Em dezembro de 2017, as exportações brasileiras somaram US$ 17,6 bilhões, alta de 21,4% na comparação com dezembro de 2016. As importações totalizaram US$ 12,6 bilhões, aumento de 20,2%.

A questão passa a ser, portanto, se o ano de 2018 deve manter o desempenho positivo. No mercado internacional, as expectativas são de que o quadro positivo se mantenha também para o presente ano, porém com avanços mais moderados, devido ao bom desempenho de 2017. Na economia brasileira, a despeito da reversão positiva na tendência de crescimento, os efeitos da crise política e fiscal ainda não se dissiparam e o entusiasmo com relação a 2018 ainda é limitado. Como agravante, tem-se trabalhado com a hipótese de um câmbio sujeito a fortes oscilações, semelhante ao observado anteriormente em anos eleitorais sujeito a incertezas.

 Por Heloisa Lee Burnquist Professora da Esalq/USP e pesquisadora do Cepea

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