O PIB-volume do agronegócio brasileiro deve crescer 3,4% em 2018, de acordo com estimativas realizadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com base em dados do primeiro quadrimestre deste ano.
Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso para a alta do agronegócio está vindo dos elos industriais, já que se estima leve queda apenas para o segmento primário.
Desde o segundo semestre de 2017, a agroindústria vem acompanhando a lenta recuperação da economia brasileira. A expansão agroindustrial impulsiona, ainda, o segmento de agrosserviços, para o qual estima-se crescimento de 4,1% em 2018, refletindo a maior demanda de serviços de transporte e comercialização, mediante a elevação de produção.
No caso do segmento primário do agronegócio, único que vem registrando queda em termos de PIB-volume, pesquisadores do Cepea ressaltam que tal variação leva em conta o patamar recorde de produção agrícola, sobretudo de grãos, e o alto crescimento do segmento em 2017.
Esta análise contempla dados de janeiro a abril, mas agentes de mercado já avaliam que um dos desafios mais importantes do setor ao longo de 2018 será a acomodação de possíveis elevações nos custos de produção, advindas do tabelamento de fretes mínimos, reivindicado pelos caminhoneiros em maio, durante paralisação, e aprovado em medida provisória pelo governo federal em julho. Espera-se que, como efeito de tal medida, os elos do agronegócio sejam afetados significativamente, tanto em receita quanto em custos intermediários. Porém, tais impactos só poderão ser melhor avaliados nos próximos relatórios.
PIB-AGRO/CEPEA