As exportações do agronegócio brasileiro seguem demostrando excelente desempenho ao longo deste ano. Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados da Secex mostram que, de janeiro a setembro de 2020, o volume exportado pelo setor cresceu mais de 16% frente ao mesmo período de 2019, atingindo recorde da série histórica.
Quanto ao faturamento em dólar, nos primeiros nove meses de 2020, somou 79 bilhões, 8% acima do registrado entre janeiro e setembro de 2019. Esse aumento no montante, por sua vez, está relacionado ao maior volume exportado, tendo em vista que os preços médios em dólar recuaram 6% nos nove primeiros meses de 2020 frente ao mesmo período do ano anterior. Em moeda nacional, o faturamento cresceu 26% na mesma comparação, favorecido pela desvalorização do Real frente ao dólar, de quase 16%.
PRODUTOS EXPORTADOS – Pesquisadores do Cepea indicam que o aumento das vendas externas se deve a incrementos nos embarques dos produtos do complexo da soja, das carnes, do setor sucroalcooleiro, algodão, frutas e madeira.
No caso dos produtos do complexo da soja, os crescimentos nos embarques em 2020 foram de 32% para soja em grão e de 7% para o farelo e para o óleo. O açúcar tem sido grande destaque neste ano, com forte avanço de 71% nas exportações, devido à aquecida demanda internacional – as vendas externas de etanol cresceram 27%. As exportações de algodão em pluma seguem apresentando bom desempenho, com alta de 59%. As carnes também têm passado por bom período de vendas ao exterior, com altas de 47% para a suína, de 18% para a bovina e de 3% para a de aves. Aumentaram também os embarques de frutas (8%), madeira (5%) e café (1%). Já os produtos que registraram quedas nos embarques foram: papel e celulose (-2%), suco de laranja (-9%) e milho (-30%)
DESTINO – A China, a cada ano, tem aumentado sua participação nas vendas totais do Brasil. De janeiro a setembro, 37% do total vendido pelo agronegócio brasileiro ao exterior teve como destino a China. Os países da Zona do Euro mantiveram participação de 14,3%, e os Estados Unidos, de 6,3%
PERSPECTIVAS – Caso o clima não atrapalhe, a elevada produção brasileira e o câmbio alto devem seguir favorecendo as vendas externas dos produtos do agronegócio nos próximos meses. Assim, tanto o volume quanto o faturamento em Reais com as exportações brasileiras do agronegócio podem atingir recordes em 2020.