O agronegócio contribuiu com mais uma boa notícia neste início de ano. Pela primeira vez na história, as exportações de produtos agropecuários superaram a barreira dos US$ 100 bilhões. Foram exatamente US$ 101 bilhões, crescimento de 4% sobre o resultado do ano anterior. As informações são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados da Secex.
Entre os motivos desse excepcional desempenham, os pesquisadores do Cepea destacam a boa oferta agrícola em 2020 (mais de 257 milhões de toneladas de grãos), “fundamental para o setor atender tanto à demanda brasileira quanto a internacional por alimentos, fibras e energia”. Os produtos mais exportados pelo agronegócio no ano passado foram os do complexo soja, as carnes (especialmente suína, seguida por bovina e de frango), açúcar, algodão e café.
Entre os destinos dos produtos agropecuários brasileiros, nenhuma surpresa: a China é o principal parceiro comercial do agro nacional e aumenta a cada ano sua participação na pauta de vendas dos produtos brasileiros. Em 2020, a participação da China no total das exportações agro brasileiras ficou em 33,7%, puxada pela soja e pelas carnes. Países da zona do Euro e os Estados Unidos vieram a seguir.
Com esse resultado, o agro ajudou (e muito) ao Brasil atingir o superávit superior de US$ 87 bilhões no ano passo. A participação do agronegócio nas exportações totais do país ficou expressivos 48% do total.
Olhando para o futuro, o Cepea aponta incertezas em relação ao combate à pandemia e às relações políticas com EUA, China e países europeus. “Se tudo correr como esperado, a China deve liderar novamente o crescimento da demanda internacional por alimentos”, apontam os pesquisadores.